sábado, 6 de fevereiro de 2021

Porto de Abrigo pela autora Paula Moreira

 


Por Paula Moreira (professora no nosso Agrupamento)

Porto de Abrigo foi criado com um único objetivo: homenagear um homem, um Pai.
Um Pai para quem não há limites no amor, na perseverança, no exemplo.
Um homem que partiu para África, onde trabalhou, fez a tropa, encontrou a sua vocação e o seu amor. Em África, cresceu, cultivou a amizade, constituiu família, foi feliz. Viu a harmonia, a união entre famílias, vizinhos, entre povos, até que a guerra deitou tudo a perder. Sentiu medo, desespero, revolta. Viveu o ódio, a guerra, a morte. Este é um livro marcado pela luta, mas também pela coragem e pela esperança.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O que nos move? texto de Bertrand Russell

 

O que nos move?

Procuramos o quê?

Buscamos o que queremos?

Um texto maravilhoso de Bertrand Russell, um dos mais influentes matemáticos, filósofos, ensaístas, historiadores e lógicos que viveram no século XX.

“Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o anseio pelo amor, a busca pelo conhecimento e uma dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em  curso, instável, por sobre o profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.

Busquei o amor, primeiro, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. O busquei, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual nossa trêmula perceção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e sem vida.  Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Isso foi o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu alcancei.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, me levaram para o alto, rumo aos céus. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressore



s, velhos desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo o mundo da solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por afastar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis  o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.”

Bertrand Russell (1872-1970), no prólogo da sua autobiografia, "What I have lived for"

                       

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

LA CHANDELEUR: A TRADIÇÃO FRANCESA DE COMER CREPES NO DIA 2 DE FEVEREIRO

 Todos os anos, a 2 de fevereiro, França comemora La Chandeleur, também conhecido como o dia de comer crepes.



Na época dos romanos, La Chandeleur era uma festa em honra do deus Pã - deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Durante toda a noite, os crentes percorriam as ruas de Roma transportando velas (chandelles, em francês). La Chandeleur tornou-se depois uma festa religiosa católica associada à Apresentação de Jesus no Templo - Candlemas - celebrado em Portugal como Dia de Nossa Senhora das Candeias.

 

La Chandeleur ocorre exatamente 40 dias após o Natal e é uma mistura de ambas as tradições, que evoluíram para um dia onde são celebrados os crepes - a forma redonda representa o sol e o ciclo da vida, enquanto o ato de comer e partilhar com outras pessoas comemora uma tradição histórica de papas a darem comida aos pobres todos os anos a dia 2 de fevereiro.

Algumas pessoas colocam uma moeda em cima do crepe na frigideira, enquanto outras acreditam que é necessário segurar numa moeda na mão direita ao virar os crepes com a esquerda. Se conseguir fazê-lo sem deixar o crepe cair no chão, o ano será próspero. A tradição manda comer os crepes na hora do jantar, em vez de ao pequeno almoço, e algumas pessoas não comem o primeiro crepe, preferindo guardá-lo numa gaveta ou esconderijo, para ter sorte durante ano. Os franceses em geral, cristãos e não cristãos, costumam recordar a tradição e juntar a família e os amigos para comerem crepes no dia da chandeleur.

Fonte: Sapo Viagens, autora: Susana Sousa Ribeiro