domingo, 10 de abril de 2022

DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 21

E assim se passaram, 21 dias de poemas que foram surgindo com o contributo de muitos, em português, em inglês, em francês, para ler, para ouvir, para cantar, com imagens, em vídeo ou simplesmente texto. Cada um com o seu mistério, com o seu encantamento, mais simples ou mais complexo. Hoje para encerrar este desafio falamos de amor… o amor que tudo move, tudo pode e tudo cura, o amor que na sua ausência tanto estrago faz, o amor que é simples, mas não é fácil!

Obrigada a todos pela participação neste desafio, isso só faz sentido com todos e para todos!

Despedimo-nos com 6 interpretações diversas do poema Amar de Florbela Espanca.  

Amar!

 

Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: Aqui... além...

Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente

Amar! Amar! E não amar ninguém!

 

Recordar? Esquecer? Indiferente!...

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!

 

Há uma Primavera em cada vida:

É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

 

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar...

                                                                                        Florbela Espanca


                                                                    Na Voz de Miguel Falabella

                                                                         Interpretação de Selma Reis 

                                                             Pelo músico e cantor Marcos Assumpção 

                                                                                             Por Leona Cavalli

                                                                                            Interpretação de Valéria 


                                                                                          Interpretação de D'ALMA 


sábado, 9 de abril de 2022

DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 20

Dia 20: Poesia e filosofia de mãos dadas nos mergulham na alma, através do grande Agostinho da Silva, e tudo revolucionam, assim o permitamos… e quanta libertação daí pode surgir, libertação do “mesmismo”, da rotina, do “inadiável” que sufoca e oprime….

 

Queria que os Portugueses

Queria que os portugueses

tivessem senso de humor

e não vissem como génio

todo aquele que é doutor

 

sobretudo se é o próprio

que se afirma como tal

só porque sabendo ler

o que lê entende mal

 

todos os que são formados

deviam ter que fazer

exame de analfabeto

para provar que sem ler

 

teriam sido capazes

de constituir cultura

por tudo que a vida ensina

e mais do que livro dura

 

e tem certeza de sol

mesmo que a noite se instale

visto que ser-se o que se é

muito mais que saber vale

 

até para aproveitar-se

das dúvidas da razão

que a si própria se devia

olhar pura opinião

 

que hoje é uma manhã outra

e talvez depois terceira

sendo que o mundo sucede

sempre de nova maneira

 

alfabetizar cuidado

não me ponham tudo em culto

dos que não citar francês

consideram puro insulto

 

se a nação analfabeta

derrubou filosofia

e no jeito aristotélico

o que certo parecia

 

deixem-na ser o que seja

em todo o tempo futuro

talvez encontre sozinha

o mais além que procuro.

 

 Agostinho da Silva, in 'Poemas'

 

Vida

Três votos fará aquele

que não ser tolo decida

e venha deles primeiro

o de obediência à vida

 

será o segundo a vir

o de não querer ser rico

o muito passe de largo

o pouco lhe apure o bico

 

não violar-se a si próprio

como principal o veja

alto ou baixo gordo ou magro

assim nasceu assim seja.

 

Agostinho da Silva, in 'Poemas'

 

Sonho

Teria passado a vida

atormentado e sozinho

se os sonhos me não viessem

mostrar qual é o caminho

 

umas vezes são de noite

outras em pleno de sol

com relâmpagos saltados

ou vagar de caracol

 

quem os manda não sei eu

se o nada que é tudo à vida

ou se eu os finjo a mim mesmo

para ser sem que decida.

 

Agostinho da Silva, in 'Poemas'

 

Escolher a Felicidade

Nem paz nem felicidade se recebem dos outros nem aos outros se dão. Está-se aqui tão sozinho como no nascer e no morrer; como de um modo geral no viver, em que a única companhia possível é a daquele Deus a um tempo imanente e transcendente e a dos que neles estão, a de seus santos. Felicidade ou paz nós as construímos ou destruímos: aqui o nosso livre-arbítrio supera a fatalidade do mundo físico e do mundo do proceder e toda a experiência que vamos fazendo, negativa mesmo para todos, a podemos transformar em positiva. Para o fazermos, se exige pouco, mas um pouco que é na realidade extremamente difícil e que não atingiremos nunca por nossas próprias forças: exige-se de nós, primacialmente, a humildade; a gratidão pelo que vem, como a de um ginasta pelo seu aparelho de exercício; a firmeza e a serenidade do capitão de navio em sua ponte, sabendo que o ata ao leme não a vontade de um rei, como nos Descobrimentos, mas a vontade de um rei de reis, revelada num servidor de servidores; finalmente, o entregar-se como uma criança a quem sabe o caminho. De qualquer forma, no fundo de tudo, o que há é um ato de decisão individual, um ato de escolha; posso ser, se tal me agradar, infeliz e inquieto.

 

Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

sexta-feira, 8 de abril de 2022

DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 19


PÁSCOA

Um dia de poemas na lembrança

(Também meus)

Que o passado inspirou.

A natureza inteira a florir

No mais prosaico verso.

Foguetes e folares,

Sinos a repicar,

E a carícia lasciva e paternal

Do sol progenitor

Da primavera.

Ah, quem pudera

Ser de novo

Um dos felizes

Desta aleluia!

Sentir no corpo a ressurreição.

O coração,

Milagre do milagre da energia,

A irradiar saúde e alegria

Em cada pulsação.

Miguel Torga, in Diário XVI

 

PÁSCOA NA ALDEIA  

Minha aldeia na Páscoa…

Infância, mês de Abril!

Manhã primaveril!

A velha igreja.

Entre as árvores alveja,

Alegre e rumorosa

De povo, luzes, flores…

E, na penumbra dos altares cor-de-rosa .

Rasgados pelo sol os negros véus.

Parece até sorrir a Virgem-Mãe das Dores.

Ressurreição de Deus! (…)

Em pleno azul, erguida

Entre a verde folhagem das uveiras.

Rebrilha a cruz de prata florescida…

Na igreja antiga a rir seu branco riso de cal.

Ébrias de cor, tremulam as bandeiras…

Vede! Jesus lá vai, ao sol de Portugal!

Ei-lo que entra contente nos casais;

E, com amor, visita as rústicas choupanas.

É ele, esse que trouxe aos míseros mortais

As grandes alegrias sobre-humanas.

Lá vai, lá vai, por íngremes caminhos!

Linda manhã, canções de passarinhos!

A campainha toca: Aleluia! Aleluia! (…)

Velhos trabalhadores, por quem sofreu Jesus.

E mães, acalentando os filhos no regaço.

Esperam o COMPASSO…

E, ajoelhando com séria devoção.

Beijam os pés da Cruz.

Teixeira de Pascoaes

 

QUEM

Não sei como se ressuscita

no terceiro dia

de cada sílaba

nem se há palavra para voltar

do grande rio do

esquecimento.

Não sei se no terceiro dia

alguém me espera. Ou se

ninguém.

Em cada poema levanto a pedra

em cada poema pergunto quem.

 

Manuel Alegre

 

CONCURSO DE LEITURA - 2ª eliminatória

 Ao longo da semana as nossas bibliotecas: a "Casa de Aprender" e a Biblioteca do Castro receberam a 2ª eliminatória do CONCURSO DE LEITURA em Português, Inglês e Francês para as turmas do 2.° e 3º ciclos.  Os júris tiveram a sua vida dificultada pela grande qualidade dos candidatos que desfilaram ao longo destas sessões. A sessão que decorreu esta manhã na EBS de Coronado e Castro foi abrilhantada com os magníficos chapéus elaborados por alunos, professores e assistentes operacionais para a atividade coordenada pelo grupo disciplinar de Inglês "Easter Bonet Parade"!

Parabéns a todos os participantes!

Os resultados serão divulgados no início do 3.° período, na biblioteca.

                                     








     


      










LEITURA EM MOVIMENTO

 E voltou a acontecer LEITURA EM MOVIMENTO na nossa "Casa de Aprender"... desta vez como intróito da 2.a eliminatória do Concurso de Leitura para as turmas do 2.° ciclo da nossa EBS de Coronado e Castro e abrilhantada com os magníficos chapéus elaborados por alunos, professores e assistentes operacionais para a atividade coordenada pelo grupo disciplinar de Inglês "Easter Bonet Parade"!

Várias vozes para uma leitura partilhada...

PORQUE... Todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela imaginação, vale a pena apreciar cada palavra do conto BIBLIOTECA, que faz parte do livro "Contos de cães e maus lobos" de Valter Hugo Mãe...










quinta-feira, 7 de abril de 2022

DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 18


 

"A vida tem uma capacidade assustadora de

te surpreender.

De te tirar o chão quando o achas suficientemente firme...

E tu mudas...

As prioridades

mudam...

Ou mudas ou és engolido pela vida...

Cais no poço que ela te cava...

Hoje tudo te chega...

Amanhã quase tudo te falta.

Tanto és alegre e satisfeito com o que tens , como num repente, descobres que já não chega.

Que precisas te dedicar.

De te comprometer com o "ter"

Porque a prioridade já não és só tu.

E mudas...

Mudas tanto que esqueces de ti mesmo...

Ou não...

No fundo o sentimento egoista de dizer que tudo fizeste.

Quando a consequência é não estares lá para te dares.

E a vida avança...

E tropeças e levantas!!

De novo o que era o que devia ser , já não o é!!

Ultrapassado de novo pela direita.

O que era certo e confortável, deixou de o ser.

Redescobres que a vida existe!!

Que te foge como o tempo que parece não ser suficiente para tudo.

E mudas...

Deves mudar antes que o tempo que te foge, não te deixe espaço no tempo para o fazeres!!"

Autor desconhecido

 



Remando

Rotina rude romeiro rotas roupas:

Remar, rumar, rimar.

 

Remando rompe rios,

Repara relvas, ricos remansos.

Relembrando resplendor Rosa,

Revê Real recurso: Repartir.

 

Relutante, recusa replicar raivas,

Rememora recomendação

Representante Real reluzir: Respeitar.

 

Repara rica rota renascer.

Rápida resposta ressurge:

Repensar requer renúncias.

 

Rabisca repensando,

Repassando ricos remotos relatos relembrados:

Remédio renovar.

Resurgir resignado

requer repensados reparos,

resgate respectiva responsabilidade retidão.

 

Remido, respira respeitoso:

Repara Reflexo Resplendor.

Ri refeito.

 

Rimando, rema rumo rio Real.

Recebe reluzentes respingos, respostas...

Raiando riquezas raras realçadas, renova-se:

Rica Realização

 

poeta Devany

quarta-feira, 6 de abril de 2022

LEITURA EM MOVIMENTO

 E aconteceu LEITURA EM MOVIMENTO na nossa "Casa de Aprender"...

Várias vozes para uma leitura partilhada...

PORQUE... Todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela imaginação, vale a pena apreciar cada palavra do conto BIBLIOTECA, que faz parte do livro "Contos de cães e maus lobos" de Valter Hugo Mãe...












DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 17


Grand Corps Malade, é um poeta e intérprete de Slam francês. Uma forma diferente e muito intensa de apresentar a poesia:




terça-feira, 5 de abril de 2022

Todos pela Paz!

 

Ontem de manhã, o azul e amarelo foram as cores da Escola Básica do Castro. Vivemos um momento de união pela Paz.  Visível, a partir do céu, as palavras Todos pela Paz formaram-se numa bandeira humana da Ucrânia constituída por todos os elementos da comunidade educativa, que se quer de valores, de princípios éticos e de contribuição e envolvência para o todo. Os nossos alunos, pais e encarregados de educação, desde que iniciamos a campanha de recolha de bens para a Ucrânia, têm estado atentos às necessidades de um povo que agradece a ajuda de todos. Com a sua generosidade têm demonstrado, que somos todos um: hoje são eles, amanhã poderemos ser nós!  Esta atividade teve como objetivo agradecer essa contribuição valiosa, que para além de ser imprescindível para a Ucrânia ,é também um modelo dos valores que desta forma os pais e encarregados de educação passam aos seus educandos. Também a escola pretende contribuir para uma consciencialização da importância da paz e do papel e responsabilidade que todos temos na promoção da harmonia nas nossas relações com os outros.

 

Este momento iniciou-se com um minuto de silêncio, seguindo-se a leitura e reflexão de textos escritos por alunos do 2º e 3º Ciclos, apelando à solidariedade e à Paz no Mundo.

A Paz sem Vencedor e sem Vencidos

Temos sido invadidos, nas últimas semanas, por imagens e notícias da guerra que, como todas as outras, destrói, limita, humilha e faz sofrer, em especial, os mais pobres, os mais débeis e os mais abandonados. A guerra nunca será o caminho da paz, por muito que os mais poderosos nos tentem convencer disso. Ela é feita com armas e ódios que destroem e o mundo precisa de amor e de diálogo que construa.

Sophia de Mello Breyner, num poema que é como que uma prece pela paz diz: “Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos / A paz sem vencedor e sem vencidos”. Esta paz que Sophia pede não pressupõe guerra, nem ódio, nem mortes e nem destruição. É a PAZ pela PAZ!

Sophia, neste mesmo poema não pede o fim da guerra, mas simplesmente a PAZ. Ela diz: “Dai-nos a paz que nasce da verdade / Dai-nos a paz que nasce da justiça / Dai-nos a paz chamada liberdade”. Esta é a paz que tem que estar sempre connosco e que devemos construir, diariamente, com todos os que nos rodeiam. Para ela existir e perdurar temos de a querer, temos de a desejar e, principalmente, temos de a construir à nossa volta. Uma tarefa que tem de começar em cada um de nós, porque a paz deve ser edificada, mas também preservar já que ela, apesar de ser forte e trazer harmonia, também é frágil e desfaz-se com facilidade.

Devemos ter consciência plena de que a paz no mundo começa se agirmos com gentileza para com os outros, se respeitarmos a sua forma de ser, de agir e de pensar, a sua dignidade e liberdade e soubermos, sempre, que esse outro é quem está próximo de nós, na nossa casa, na nossa rua, na nossa escola, no nosso mundo!

O ataque, a violência, a destruição e a morte nunca serão a solução para nada! O mundo precisa de construtores de paz! De pessoas tolerantes e solidárias. A nossa vida tem de ser um tempo em que possamos crescer e viver sem a palavra “inimigo”. A paz tem de ser um património da humanidade, ambicionado, assumido e sustentado na partilha e na solidariedade e se assim não for perde o mundo e perde o futuro. Perdemos todos!

No seu poema, Sophia de Mello Breyner, que era crente, pediu a Deus uma paz sem vencedores nem vencidos, mas não é preciso acreditar em Deus para ser promotor de paz. Basta ser humano!

Nestes dias, a nossa humanidade e espírito solidário estão voltados para o povo ucraniano que sofre este pesadelo da guerra. A recolha e entrega de bens e o simbolismo da bandeira são uma marca relevante da nossa ação em favor da Ucrânia, mas o diálogo, a tolerância e a verdade são os valores que nos podem conduzir à paz!

À verdadeira PAZ.

 

(Texto feito na aula de Português da Turma 9B1, depois da análise do poema “A Paz sem Vencedor e sem Vencidos” de Sophia de Mello Breyner Andresen)

 

Na minha opinião, esta guerra é injusta para a Ucrânia. As crianças têm que interromper a escola e fugir. Os habitantes da Ucrânia têm de abandonar as suas casas e os seus bens. Deixam tudo para trás, para fugir das bombas e de um presidente que não sabe o que é o amor de família…

 Ana Peixoto 5º C1

 

As guerras são conflitos que provocam consequências desastrosas para os países direta ou indiretamente envolvidos.

No passado dia 24 de fevereiro a Rússia invadiu a Ucrânia, trazendo a guerra para o continente Europeu.

Na minha opinião, esta guerra, assim como qualquer outra, não faz sentido e trará graves consequências.

Em primeiro lugar, a guerra provoca muitas mortes, feridos e traumas nos soldados e famílias.

Em segundo lugar, haverá graves prejuízos para a economia, não só da Ucrânia, mas também mundial.

Em terceiro lugar, as guerras provocam a destruição de edifícios, monumentos, pontes, estradas que demoram a ser recuperados e nem sempre é possível fazê-lo.

Em conclusão, penso que para resolver os conflitos se deveria recorrer ao diálogo, pois a guerra provoca mais problemas do que soluções.

Constança Araújo, 5º B1

 

Na minha opinião, a Rússia não devia ter atacado a Ucrânia, pois esta guerra poderá vir a tornar-se algo mais grave. Vladimir Putin (Presidente da Rússia) é um sem coração, porque manda tropas atacar e mísseis enquanto dezenas de pessoas inocentes morrem.

Eu acho que alguns Russos não querem guerra, mas também acho que alguns são a favor da guerra e atacam a Ucrânia com um sorriso no rosto.

A Ucrânia tem vindo a surpreender muito, por ter uma grande coragem e tentar defender o seu país e isso dá-me muito orgulho dos Ucranianos. Eu apenas desejo Paz para a Ucrânia. Parem com a guerra, por favor!

Maria 5º C1  

Por último, todos os alunos, em simultâneo, ergueram as cores amarela e azuis ao som da música  “Somewhere over the Rainbow”formando a bandeira ucraniana. Desejamos que este nosso humilde contributo possa espalhar-se pelo mundo de forma a que a união prevaleça no coração da humanidade.




DESAFIO - "Um Poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

 DIA 16

Voltamos a dar voz aos nossos pequenos autores...