Conto Redondo – EBS de Coronado e Castro
“GENTILEZA GERA PAZ, PAZ GERA GENTILEZA”
Havia uma
aldeia longínqua onde reinava a paz e o povo vivia feliz e tranquilo. Uma
noite, ouviu-se um barulho estranho “Brum” acompanhado de um enorme clarão.
A aldeia tinha sido
bombardeada. (5.ºA)
Os aldeões acordaram assustados com o barulho e foram à janela ver o que
tinha acontecido.
Lá fora, no meio da poeira, avistaram três
vultos.
Em vez de cederem ao pânico, decidiram que era o
momento de mostrar que a verdadeira força residia na união e na gentileza. (6.ºB)
Os vultos eram nada mais nada menos do que três habitantes de uma aldeia
vizinha que queriam conquistar terras para ficarem mais poderosos.
Os aldeões reuniram-se na praça destruída e
perguntaram-lhes:
- Por que é que destruíram a nossa aldeia? Deixem-nos viver em paz!
- Paz? – disseram os três. – O que é a Paz? (5.ºC)
- Vocês não sabem o que é a paz?!
- Não, nós não sabemos! - exclamaram os vultos.
- Então nós vamos explicar-vos: a paz é deixarem-nos viver felizes, sem
conflitos. Entendem? A paz vem depois das tréguas. É o caminho para a
liberdade.
- Mas já faz muito tempo que vivemos em conflito na nossa aldeia. Já não
temos mais nada para destruir – afirmaram os três invasores. (5.ºB)
Os três
invasores apontaram as armas aos aldeões, que saíram a correr a sete pés para
dentro de suas casas.
Os
minutos que se seguiram foram de grande tensão. No ar ouviam-se os disparos
contínuos das armas e os gritos de terror que quebravam o silêncio da aldeia.
Até que alguém saiu para confrontar os invasores e nunca mais foi visto… (7.ºA)
Então,
os aldeões juntaram-se para procurar essa pessoa. Depois de algum tempo avistaram
um outro vulto que disse:
-
Eu venho em paz!
Os
aldeões estranharam, mas foram ter com ele e alguém exclamou:
-
Esta cara não me é estranha!...
Foi,
então, que toda a gente reparou que o vulto era o aldeão desaparecido. Este
contou tudo o que se passou no tempo em que viveu na outra aldeia e relatou
todos os planos que os invasores tinham contra a aldeia. (6.ºA)
O aldeão referiu também
que, na verdade, não queriam fazer uma guerra, mas o rei malvado, ganancioso,
obrigou-os porque desejava ter um território maior.
Na aldeia da paz,
lembraram-se que, já no passado, estas duas aldeias tiveram desavenças que se
resolveram com muito diálogo de que resultou o “Tratado da Gentileza”. (8.ºD)
Depois da assinatura desse tratado, a
aldeia reconstruiu o seu território e nasceu uma nova era de paz que foi longa.
Atualmente, a aldeia estava desejosa
de saber os planos do rei malvado para se defender. Ficaram a saber que os inimigos
tencionavam apresentar um suposto tratado de paz, oferecendo um vinho como
sinal de confiança e reconciliação. No entanto, o aldeão sabia que as intenções
não eram boas. O vinho era envenenado porque pretendiam dizimar toda a
população e assim conquistar a aldeia. (8.ºC)
- A sério! Que audácia!
- Estou chocado!
- Mas que barbaridade é
essa! - exclamaram os aldeões.
Os aldeões não ficaram por aqui. Reuniram o Conselho dos Anciões, no qual o aldeão anteriormente capturado participou, pois ninguém conhecia melhor a outra aldeia como ele e começaram a elaborar um plano para sabotar o plano da aldeia vizinha. O que ninguém sabia é que o aldeão era, na verdade, o Rei malvado e ganancioso… (8.ºB)
O rei malvado ouviu
atentamente os planos dos aldeões para poder preparar as suas tropas. E fez
isso, porque queria expandir a sua aldeia para se tornar num reino maior.
Quando acabou a reunião,
o rei malvado saiu a correr e foi contar ao general do seu exército. (6.ºD)
Mas, pelo caminho, mudou
de ideias e foi ter com o verdadeiro aldeão que estava preso. Os dois
conversaram longamente e o rei gabou-se das informações que tinha obtido. De
seguida, o rei voltou à aldeia, durante a noite. Contudo, houve um aldeão que
estava a vigiar o caminho do monarca, escondido em cima de uma árvore… (6.ºC)
Desconfiando de que
aquele poderia não ser o aldeão desaparecido ou até um aliado do rei malvado, o aldeão que havia
vigiado o caminho do rei, continuou a vigiá-lo durante dias e noites, sem
ninguém se aperceber e recolhendo toda a informação que julgava pertinente para
esclarecer todas as suas suspeitas.
Até que uma noite decidiu
agir… (8.ºA)
Seguiu o rei até à aldeia vizinha.
Lá, descobriu que o homem que julgava ser o seu amigo, era, na realidade, o
invasor! Chocado, o aldeão regressa a casa e procura o Conselho de Anciões. Apresenta
todas as informações e provas que recolheu durante as suas horas de vigia.
Depois de ouvir o espião, o Conselho decide elaborar um plano para iludir o rei
malvado. (7.ºB)
Decidiram convidar o falso aldeão
para um lanche com o objetivo de o pôr ao corrente do plano de defesa contra os
invasores da aldeia vizinha. Mal o Rei chegou, foi recebido pelo Conselho de
Anciões que, prontamente, o pôs ao corrente dos seus planos. O que o Rei não sabia
era que este encontro não passava de uma manobra de diversão, criada pelos seus
inimigos para resgatar o verdadeiro aldeão. (7.ºC)
Entretanto, surge um estranho vestido de Romeiro que
surpreende uns e outros. Ao Rei Malvado, esta figura faz lembrar um certo
prisioneiro; aos aldeões, este misterioso vulto recorda alguém querido. No
tumulto das dúvidas, um corajoso ancião ergue-se e pergunta:
-
Quem és tu?
O
Romeiro, num profundo silêncio, aponta para o velho, esquecido e desrespeitado
“Tratado da Gentileza”. (11.ºA)
Após este gesto, o Conselho apercebeu-se que aquele era o
aldeão desaparecido.
No meio desta confusão, o Fidalgo, fiel
amigo do Rei, entra atrapalhado e diz:
- Senhor, fuja daqui! Eles sabem do seu
plano!
- Como?!- questiona-o, achando aquilo uma
barbaridade.
- O senhor tem sido vigiado por um
aldeão desta aldeia.
O rei, apercebendo-se de que não é uma
brincadeira, foge desesperado.
Com isto, o Conselho entra em grande
azáfama. (9ºA)
Ao redor, a multidão murmura baixinho,
em expectativa, enquanto todo o Conselho toca no "Tratado da
Gentileza" com uma delicadeza comovente. Nesse instante, uma criança
surge, com o seu andar desajeitado e um olhar curioso, aproximando-se sem
cerimónia. Ela observa a cena e pergunta:
- Posso ler o Tratado? (7.ºD)
-
Não, o Tratado contém assuntos confidenciais e complexos para uma criança da
tua faixa etária! – exclamou o
representante do Conselho.
Revoltada com a decisão, a criança de
uma forma sorrateira, retira, com toda a delicadeza e audácia, o Tratado da
mesa. Para não ser apanhada, foge com ele para o ler. Porém, verifica que não
concorda com bastantes assuntos que estão lá escritos, decidindo rasgar o
documento. (9.ºC)
Enquanto a pequena e ingénua criança rasgava
aquele importante papel em pequenos e numerosos pedacinhos, o representante do
Conselho, finalmente, dava-se conta da situação inimaginável:
- Maldição! O Tratado desapareceu! – exclamou o representante, levantando-se da sua grande poltrona, olhando com indignação para o local onde outrora se encontrava localizado, ou seja, no final da extensa mesa. (9ºD)
O representante do Conselho dos Anciões
apercebe-se do rastro de papéis deixado pela floresta. Notando que se tratava
do restante do pergaminho, decide seguir o caminho que levaria à criança.
Chama a atenção da cavalaria:
- Dix! Sant’Ana de Valdevês! Vejam
o que se passou. – exclamou o representante com um ar pálido e desesperado.
- O que mais se temia aconteceu… A
maldição reapareceu e o castigo sucedeu! (9.ºB)
O cenário era de terror! A criança
fora carbonizada, restando só as cinzas. A cavalaria, à procura de vestígios do
tratado, misturou as cinzas com pedaços que restavam do pergaminho. Subitamente,
por um ato de magia, tudo se transformou numa Fénix, que voou em direção à
aldeia. (11.ºB)
À medida que voaaaaava, a Fénix
libertava penas que geravam catástrofe por onde passavam, pois queimavam tudo o
que tocavam. Ao depararem-se com este cenário, os aldeões exclamaram:
- Precisamos de agir antes que
toda a aldeia seja queimada!
- Como podemos reverter o feitiço?
Subitamente, uma pena dourada e
reluzente cai, precisamente, em cima da mesa onde outrora tivera sido assinado
o Tratado da Gentileza. Então, o representante do Conselho diz:
- Já sei o que havemos de fazer! Este é o
sinal! Com esta pena iremos reescrever um novo Tratado! (12.ºA)
Assim, o representante do
Conselho, com luvas especiais para não se queimar, pegou na pena dourada e
mágica da Fénix e começou a reescrever o Tratado da Gentileza. A pobre criança
não podia ter sido sacrificada em vão!
Agora só faltava a concordância do
rei da outra aldeia para restabelecer a paz e a harmonia que outrora reinara
nas aldeias. (10.ºB)
Preparavam-se para ir em busca do
consentimento do rei, quando, de repente, surge uma mulher. Gritos de desespero
e aflição são a única coisa que entoa na sala. Gisela, nome da mulher em
questão, era a mãe da sacrificada criança e estava determinada a fazer com que
a morte do seu amado filho não tivesse sido em vão. A pobre mulher revela,
então, que a criança era, na verdade, fruto de um amor proibido vivido com o
rei da aldeia vizinha há uns anos, criança essa que o Rei nem era sabedor da sua
existência. Esta afirmava ser a única capaz de fazer com que o Rei assinasse o Tratado.
E assim, com o rosto lavado em
lágrimas, foi em busca do Rei. Assim que a viu, o rosto do Rei iluminou-se e
vieram-lhe à memória lembranças passadas. Sentiu-se perplexo assim que lhe foi
contado que o filho, cuja existência desconhecia, havia morrido. Ao olhar o
rosto de Gisela, já não agia como um Rei malvado e ganancioso, mas sim como um
enamorado que faria de tudo pela mulher que um dia amara e pelo filho, fruto
desse amor. Movido pelo amor (porque convenhamos, não há ato de maior demonstração
de amor do que a cedência), este decidiu assinar o Tratado da Gentileza em
honra do seu, agora, falecido filho.
De repente, a sala silenciou-se com a entrada inesperada de uma criança, estranhamente idêntica à sacrificada, envolta em penas de Fénix.
Todos os presentes compreenderam a
mensagem - a Gentileza é capaz de devolver o Bem ao Mundo: Gentileza gera Paz,
Paz gera Gentileza! (10.ºA)
Trabalho coletivo realizado nas aulas de
Português
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