«Isto também é comigo!» é uma
iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e do jornal PÚBLICO, através
do projeto de Educação para os Media — PÚBLICO na Escola —, que pretende dar
voz aos alunos e ajudá-los a tomar consciência do que acontece à sua volta.
Todos os meses, todos os alunos do 9.º ao 12.º ano são convidados a exprimirem
a sua opinião, por escrito, sobre o que mais lhes chamou a atenção no jornal
PÚBLICO. Os alunos selecionam uma publicação do PÚBLICO que lhes tenha
despertado a atenção, durante o mês em que participam na iniciativa, em formato
impresso ou online (artigo, vídeo, fotografia, infografia, podcast) e escrevem
um texto de opinião, com o máximo de 300 palavras, sobre o que selecionaram. Até
à última sexta-feira do mês seguinte à participação dos alunos, será publicado
o texto selecionado pelo júri, nas plataformas digitais do PÚBLICO na Escola e
da RBE e respetivas redes sociais.
As Regras de Participação
encontram-se no documento em anexo. Se quiseres participar envia o teu texto
para o mail da BE: docastrobiblioteca@gmail.com.
Se precisares de ajuda vem à biblioteca!
Hoje vivemos um momento muito especial na Escola Básica do Castro. Juntamo-nos todos para celebrar a Gentileza. Demos início a esta atividade há algumas semanas. Alunos e professores leram uma história e viram um vídeo sobre atos de gentileza. Debateram a importância de cuidarmos uns dos outros e contribuíram com mandamentos de Gentileza. Desse contributo nasceram os 10 mandamentos que queremos ver plasmados no nosso dia-a-dia. Escreveram também mensagens de gentileza e elogios em corações para oferecer. Os alunos do 2º ciclo coordenados pela Professora Argentina criaram um hino para cantar hoje, e muitas vezes mais, para que se torne parte de nós, porque todos desejamos contribuir para uma escola onde os valores da humanidade passam da palavra para a prática.
A verdade é que hoje pudemos sentir que a gentileza é de facto contagiosa e que quando a praticamos ficamos todos mais leves, mais confiantes, mais atenciosos, mais felizes.
Ficam aqui os registos da nossa celebração que foi tão mágica, apesar do nevoeiro, havia muito sol e muita luz a brilhar!
Gentileza, bondade ou qualquer outro valor dentro desta
categoria deveria ser tão natural que não necessitasse de ser relembrado, nem
implicar esforço.
Ter um gesto de gentileza é tão simples, no entanto parece
que andamos a amealhá-los e a guardá-los para ocasiões “especiais”… e que
ocasiões são essas, se não o momento presente?
Há uma sensação de estranheza, de desconforto, de embaraço
na oferta de gestos de delicadeza e gentileza a desconhecidos ou pessoas que
não nos sejam tão chegadas pois há o cultivo da desconfiança, uma instigação do
medo e da necessidade de proteção como se a qualquer momento pudéssemos ser
atacados.
Quando se trata daqueles que nos são mais próximos, a
justificação já é outra. Achamos que não é preciso, afinal não vão a lado
nenhum… (será?) Ou alimentamos a crença que se tratarmos demasiado bem vamos
“estragar” ou vai abusar e “portar-se
mal” ou tornar-se muito exigente. Mais uma vez estamos a confundir acarinhar
com permitir abuso, amar com dar licença para cobrança, dar com consentir
exigência…etc
Mas não será que estamos só a arranjar desculpas para não
colocarmos atenção nos outros porque desenvolvemos um individualismo e uma
falsa independência em que nos privamos das necessidades mais básicas de
carinho, ternura, cuidado, atenção porque priorizamos outros valores,
dedicando-lhes o nosso tempo. E, no entanto, se fizermos uma avaliação,
concluímos que não nos trazem nada de significativo, só valor material que
rapidamente se torna obsoleto ou uma sobrecarga ou estatuto que de tão efémero
até parece fantasia (e é!) Prazeres transitórios e vazios de calor!
E se hoje em vez de olharmos superficialmente, víssemos
verdadeiramente o outro. E se procurássemos sentir como podemos contribuir com
um pequeno gesto de gentileza ou bondade. Uma palavra, um pouco de atenção, de
escuta ativa, um abraço, um sorriso, um olhar de reconhecimento, um convite
para café, uma flor, um bilhete, uma mensagem carinhosa, um agradecimento… Meu
Deus, é tão simples cuidar um pouco de quem nos rodeia. E quanto mais
observamos, mais claro se torna que estamos todos a precisar destes cuidados, mas
orgulhosamente continuamos a dizer: “Estou bem!” quando na verdade estamos a
dizer “Eu estou a tentar aguentar-me!” … até ao dia…
Nunca como hoje tivemos tantos confortos e bens materiais e
nunca como hoje tivemos tantos seres doentes emocionalmente por privação do
essencial: amor, cuidado, atenção, respeito, reconhecimento, afeto, ternura… Se
não nos cuidarmos, que buraco vamos continuar a cavar? Na verdade, o que
estamos a fazer quando somos delicados e gentis é a plantar nos corações um
calorzinho que nos permite lidar com as circunstâncias do dia-adia, por vezes
tão desafiantes, com um pouco mais de leveza.
Então hoje vamos fazer a diferença, olhar para o lado,
sorrir para um colega, escolher palavras bonitas, espalhar um pouco de magia….
Conta-se uma história de um empregado de refrigeração da Noruega. Certo dia, no final do turno de trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta fechou- se e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, todos os outros empregados já tinham saído e regressado às suas casas e era impossível que alguém o pudesse ouvir. Já estava preso quase há cinco horas e bastante debilitado com a temperatura insuportável.
De repente a porta abriu-se e o segurança entrou na câmara e resgatou-o com vida.
Depois de ter sido salvo o empregado perguntou ao segurança porque é que este tinha aberto a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho...
E ele explicou:
- Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem daqui todos os dias e o Senhor é o único que me cumprimenta ao chegar de manhã e se despede de mim ao sair.
Hoje, pela manhã, disse “Bom dia” quando chegou. Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido alguma coisa. Por isto procurei- o e encontrei-o...
Os anjos são de carne e osso. Os olhos são grandes ou pequenos, amendoados às vezes ou às vezes rasgados, azuis ou verdes ou castanhos e às vezes pretos, mas são daqueles olhos que têm raízes na alma e nunca olham só para o lado de fora das coisas. Os olhos dos anjos veem por dentro do nosso corpo e atravessam a nossa pele e as nossas defesas para olhar por nós. Os olhos dos anjos trazem aquela luz que só a bondade dá e por isso nunca olham só por olhar e mesmo quando adormecem – os anjos também dormem – nunca fecham os olhos a quem a vida quer trancar na solidão ou na tristeza. Os anjos, mesmo quando adormecem, porque os anjos também dormem, velam o sono daqueles a quem a vida tirou o colo. Os anjos são de carne e osso e têm dois braços e duas pernas como toda a gente e também têm asas. Não se veem, mas sentem-se. Às vezes, porque nem sempre os nossos olhos conseguem ver aquilo que não se vê, pensamos que a brisa que nos despenteia é um sopro do vento, mas não é. É um anjo que anda perto. Os anjos têm um par de asas suplente para emprestar a quem traz as suas cansadas ou a quem perdeu as suas lá atrás, nos vendavais da vida, e são tão habilidosos a colocá-las nas nossas costas que o peso que carregávamos às costas desaparece e ficamos mais leves. Os anjos são de carne e osso e têm gargalhadas luminosas. Misturam-se na multidão para não darem nas vistas e poderem ajudar sem que as pessoas percebam. As pessoas têm a mania de dizer que não precisam de ajuda, sobretudo quando mais precisam. Há anjos que caminham depressa e outros devagar – alguns caminham uns centímetros acima do chão, mesmo quando deixam as asas em casa, porque quem aprende a voar nunca esquece, é como andar de bicicleta – mas, se nós pararmos, eles reparam e lá vem aquela brisa a passar-nos a mão no rosto e a dizer-nos que vai ficar tudo bem.
Hoje trazemos um vídeo, mais uma vez para cultivar o mote da
semana: “Gentileza” que passa por pensamento coletivo, solidariedade, olhar
para o outro e ver para além do visível.
Trata-se de uma curta-metragem da autoria de Ahmed
Elmatarawi que em apenas 3:52 minutos nos deixa uma mensagem poderosa e um
final surpreendente. Divirtam-se e claro, lembrem-se que gentileza gera
gentileza!
Queridos escritores e leitores,
É com muita alegria que partilhamos o resultado do desafio de escrita "E se pegássemos na caneta " - 1ª edição
Ao todo recebemos 47 textos de docentes e de alunos de todos os ciclos de ensino.
Textos criativos, divertidos, mais simples ou mais complexos que partiram todos de 6 palavrinhas apenas!
Desejamos muito que se tenham divertido a criar as vossas histórias e que todos se deleitem a ler o que escreveram...
Brevemente lançaremos um novo desafio para que todos aqueles que queiram repetir a experiência o possam fazer e aqueles que não tiveram oportunidade de participar agora o possam fazer...
Deixamos uma pequena pista.... Este cheirava a mar, o próximo vai cheirar a canela...
- Quando os
corações estão feridos ou magoados, precisam de alguém que os ouça. Eu ouço.
Precisam de ternura. A ternura ajuda a cicatrizar as feridas. Quando os
corações estão partidos, precisam de alguém que os ajude a apanhar os
bocadinhos que caem no fundo da alma. Eu ajudo. Quando os corações estão
pisados, precisam de alguém que lhes dê colo. Eu dou. Quando não conseguem
adormecer, eu embalo-os e conto-lhes histórias. Conto histórias do que será. Os
corações precisam de esperança… Quando os corações estão desanimados, eu abro o
meu e mostro-lhes que há sempre uma razão pela qual um coração tem de bater.