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terça-feira, 21 de março de 2023

Semana da leitura – Exposição “Àqueles que nos deixaram o seu legado o nosso muito obrigado!”

 

Na disciplina de Expressão Plástica e Musical, os alunos do 6ºano da Escola Básica do Castro prepararam uma surpresa para apresentar na Semana da leitura.

Assim, após terem lido algumas obras, da coleção de Clássicos da Literatura Contados às Crianças, disponíveis na Biblioteca Escolar, dos autores portugueses mais consagrados, avançaram com a pintura das caricaturas dos mesmos. Quando concluídos, esses trabalhos plásticos foram espalhadas pela escola e, como desejado, fomentaram a curiosidade e o interesse de todos e, quem sabe, a vontade de conheceram as maravilhosas obras literárias que nos deixaram.


























terça-feira, 31 de maio de 2022

Apresentação do livro "Porto de Abrigo" de Paula Moreira

 Dias 25, 26 e 27 de maio

Sessões de apresentação do livro " Porto de Abrigo" de Paula Moreira, professora do nosso agrupamento.

As nossas bibliotecas " Casa de Aprender" na EBS de Coronado e Castro e a Biblioteca do Castro na EB do Castro receberam a presença da professora Paula Moreira para a apresentação do livro da sua autoria a todas as turmas do 8.° ano do nosso agrupamento. Viveram-se momentos de partilha e aprendizagem que homenagearam a família da autora...






terça-feira, 12 de abril de 2022

Visita do escritor e apicultor Paulo Santos

 

Nos dias 14, 15,16,18,28 e 29 de março as escolas do 1º ciclo do nosso Agrupamento receberam este escritor/apicultor que desenvolveu a atividade Artes & Ofícios: Apicultor e apresentou os seus livros da coleção “Cuscas” Foram 10 escolas: 789 crianças em 18 sessões em que o autor alertou as crianças para a importância das abelhas e para a necessidade da sua proteção. Nestas sessões, o autor Paulo Santos também deu a conhecer a faceta de Apicultor. Através de um vídeo, as crianças aprenderam o ciclo das abelhas, a identificação das várias espécies, abelhas operárias, rainha e zangões, bem como o seu nascimento e tempo de vida, especificando as funções de cada uma. Em simultâneo, houve uma apresentação ao vivo de abelhas a trabalhar numa colmeia em vidro. No final da sessão, o autor, vestido com fato de apicultor, deu a provar o delicioso mel fabricado pelas abelhas, em formato de chupa-chupa. Estas sessões tiveram a duração de uma hora e trinta minutos e, se mais tempo houvesse, mais questões e curiosidades teriam sido esclarecidas.




segunda-feira, 7 de março de 2022

Sessão de abertura da Semana da Leitura 2022

 

Ler sempre, Ler em qualquer lugar! Assim abrimos a Semana da Leitura 2022 no auditório do Forum XXI, na Trofa. O poeta e escritor João Manuel Ribeiro, numa sessão animada e inspiradora, convidou os nossos alunos a apaixonarem-se pela leitura, pela escrita e pela aprendizagem das palavras, que quando namoradas, levam a bonitas histórias e a canções que todos podem acompanhar com alegria. Boa semana da Leitura!

                                 




















quarta-feira, 2 de março de 2022

Desafio de escrita "E se pegássemos na caneta?" - 3ª edição

 Ler sempre

Ler em qualquer lugar

Este é o mote da Semana da Leitura este ano.

Decorre de 7 a 11 de março e este é um momento de celebração da leitura onde contamos com o envolvimento de todos. Para isso preparámos atividades para todos os gostos. É só escolher e participar!

A primeira proposta que temos é a 3ª edição do desafio “E se pegássemos na caneta?

Claro que mais uma vez trazemos novas propostas de escrita. Desta feita sugerimos que selecionem uma das frases dos cartazes que aqui propomos e que as vossas canetas se expressem livremente tecendo considerações sobre o que essa frase….

Enviem-nos os vossos textos até ao dia 11 de março num ficheiro word. Posteriormente faremos a divulgação e quem sabe haverá umas lembranças para os textos mais interessantes... Ficamos ansiosamente a aguardar a magia produzida pelas vossas canetas, e desejamos que mais uma vez se divirtam! Está aberto a todos: alunos, professores, assistentes operacionais e assistentes técnicos assim como às famílias!

Os texto devem ser enviados para : docastrobiblioteca@gmail .com







sexta-feira, 26 de novembro de 2021

E se pegássemos na caneta - 2ª edição

 Conforme prometido, o desafio 

E se pegássemos na caneta?  

está de volta!



Desta feita o tema é, claro está, o Natal!

E o desafio é ligeiramente diferente….

Deverão continuar a história cujo início vos propomos e ainda incluir nela as seguintes 5 palavras: 

carga, difícil, ideia, cauda, janela

Enviem-nos os vossos textos até ao dia 10 de dezembro para termos tempo de fazer a divulgação. Ficamos ansiosamente a aguardar a magia produzida pelas vossas canetas, e desejamos que mais uma vez se divirtam!

Os texto devem ser enviados para : docastrobiblioteca@gmail .com

O início da história está aqui em baixo e num ficheiro word que encontras no Teams, na equipa das bibliotecas.


O Natal aproximava-se a passos largos.

Faltavam apenas alguns dias para o Pai Natal começar a entrega dos presentes, por isso andava muito atarefado.

Ainda tinha muito que fazer e não podia perder tempo. Recebera cartas, muitas cartas, dos meninos de todo o Mundo e mais uma vez não queria desiludi-los. Tinha conseguido arranjar tudo o que eles lhe pediam.

- Estou tão cansado! – comentava ele, enquanto se recostava confortavelmente na cadeira, - felizmente, está tudo pronto!

Bocejou profundamente e adormeceu.

Mas o sono durou pouco tempo, porque uma voz esganiçada fê-lo acordar sobressaltado:

- Pai Natal! Pai Natal! – Era o Pombo-Correio que lhe trazia notícias de todos os lugares do mundo.

- Pai Natal! Acorde!

- O quê? Quem? – perguntou, estremunhado.

Sou eu, Pai Natal, é mais uma carta!

O quê? Uma carta, agora?

- Encontrei-a na floresta, a sul!

Mas… como pudeste esquecer-te?

- Não sei – respondeu, cabisbaixo. – Eu percorri todos os lugares, como sempre faço e, para lhe dizer a verdade, acho muito estranho não a ter visto antes. A não ser que…

- A não ser que … o quê? – perguntou o Pai Natal, ligeiramente zangado.

- A não ser que tenha sido colocada só agora! – respondeu, com prontidão, o Pombo-Correio.

- Hum! Acho que tens razão! – admitiu o Pai Natal, cofiando a barba e já mais calmo. – Deixa ver. Vamos lá ler a carta.

E apressadamente abriu o envelope, pois queria ainda satisfazer o pedido daquela criança atrasada. Mas quando começou a ler, ficou muito pálido.

- O quê?!

- O que foi Pai Natal? Por que razão está assim?

O Pai Natal emudeceu. Mas o Pombo insistia:

- O que se passa?

- …… 


terça-feira, 9 de novembro de 2021

Quanta bondade e gentileza existe nos anjos das nossas vidas? E nós seremos anjos para alguém?

 

Os anjos são de carne e osso.

 

Os anjos são de carne e osso. Os olhos são grandes ou pequenos, amendoados às vezes ou às vezes rasgados, azuis ou verdes ou castanhos e às vezes pretos, mas são daqueles olhos que têm raízes na alma e nunca olham só para o lado de fora das coisas. Os olhos dos anjos veem por dentro do nosso corpo e atravessam a nossa pele e as nossas defesas para olhar por nós. Os olhos dos anjos trazem aquela luz que só a bondade dá e por isso nunca olham só por olhar e mesmo quando adormecem – os anjos também dormem – nunca fecham os olhos a quem a vida quer trancar na solidão ou na tristeza. Os anjos, mesmo quando adormecem, porque os anjos também dormem, velam o sono daqueles a quem a vida tirou o colo. Os anjos são de carne e osso e têm dois braços e duas pernas como toda a gente e também têm asas. Não se veem, mas sentem-se. Às vezes, porque nem sempre os nossos olhos conseguem ver aquilo que não se vê, pensamos que a brisa que nos despenteia é um sopro do vento, mas não é. É um anjo que anda perto. Os anjos têm um par de asas suplente para emprestar a quem traz as suas cansadas ou a quem perdeu as suas lá atrás, nos vendavais da vida, e são tão habilidosos a colocá-las nas nossas costas que o peso que carregávamos às costas desaparece e ficamos mais leves. Os anjos são de carne e osso e têm gargalhadas luminosas. Misturam-se na multidão para não darem nas vistas e poderem ajudar sem que as pessoas percebam. As pessoas têm a mania de dizer que não precisam de ajuda, sobretudo quando mais precisam. Há anjos que caminham depressa e outros devagar – alguns caminham uns centímetros acima do chão, mesmo quando deixam as asas em casa, porque quem aprende a voar nunca esquece, é como andar de bicicleta – mas, se nós pararmos, eles reparam e lá vem aquela brisa a passar-nos a mão no rosto e a dizer-nos que vai ficar tudo bem.

 

Texto: Elisabete Bárbara

 

 

Ilustração de Ankakus



sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Desafio" E se pegássemos na caneta"

Queridos escritores e leitores, É com muita alegria que partilhamos o resultado do desafio de escrita "E se pegássemos na caneta " - 1ª edição Ao todo recebemos 47 textos de docentes e de alunos de todos os ciclos de ensino. Textos criativos, divertidos, mais simples ou mais complexos que partiram todos de 6 palavrinhas apenas! Desejamos muito que se tenham divertido a criar as vossas histórias e que todos se deleitem a ler o que escreveram... Brevemente lançaremos um novo desafio para que todos aqueles que queiram repetir a experiência o possam fazer e aqueles que não tiveram oportunidade de participar agora o possam fazer... Deixamos uma pequena pista.... Este cheirava a mar, o próximo vai cheirar a canela...

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Feliz dia do professor na esperança de dias melhores e mais auspiciosos! 🙏


Professores!

A minha profissão, aquela que abracei convicta do trabalho, dos desafios e das horas extras (muitas) que lhe ofereceria se quisesse fazer um trabalho que envolvesse e resultasse, ainda que minimamente nalguns casos, para todos os meus alunos.

Já lá vão 26 anos e nunca ninguém me leu uma palavra de queixume, revolta ou o que quer que seja, nas redes sociais. A minha luta é outra e noutros locais! No entanto, há sempre uma primeira vez! Hoje, ao ler esta notícia, não resisti à caneta e, da caneta até aqui, foi um saltinho.

Foram tantos anos a ouvir que eu era uma privilegiada e, afinal, a profissão com privilégios acima da média e que incomoda muita gente, poucos a querem ou nenhuns (a bem dizer). O que vale é que o tempo, esse conselheiro magnífico, vai sempre repondo cada coisa no seu devido lugar. Tantos e tantos conhecidos meus, ao longo destes anos, tentaram encetar conversas acerca desta profissão com horários, férias, regalias e salários extraordinários... tantos e tantos cidadãos desconhecidos destilaram veneno e continuam a proferir comentários grosseiros e infundados em tudo o que seja post ou página sobre o assunto... E falo dos conhecidos e desconhecidos, porque os amigos (aqueles que fazem jus à verdadeira aceção da palavra) conhecem bem a realidade e sabem bem do que a casa gasta...

Nos primeiros anos, ainda tentava argumentar e explicar as imensas facetas/tarefas/dimensões subjacentes a esta profissão (atualmente, são muitas mais e as “mãos” escasseiam para tanta medida)... depois, percebi que estava “a bater no ceguinho” em vão e deixei-me disso, era a primeira a concordar com eles. Assunto arrumado!

Mas a vida é engraçada. Muitos deles viram irmãos, amigos e familiares queridos seguirem esta profissão. Outros, muitos deles oriundos daqueles que mais “assobiavam” casaram ou (re)fizeram as suas vidas com professores e o discurso, claro está, com o decorrer dos anos, passou a ser diferente! Nada como calçar os sapatos do outro.

Agora já dizem: o meu horário é flexível desde que cumpra; faço muitas horas mas são pagas; trabalho ao fim de semana mas sou remunerado por isso; tenho de estar disponível mas reconhecem; vou a uma reunião ou formação mas as despesas são pagas; e fico-me por aqui, teria muitos exemplos para acrescentar... E sim, concordo! É assim que deve ser! Quando prestamos serviços à nossa entidade patronal, esta deve saber reconhecer e retribuir na mesma proporção.

O professor, no seu dia a dia também faz isso tudo: está disponível 16h por dia (alturas há em que é bem mais); trabalha todos os dias em casa para a sua profissão, inclusive fins de semana; faz formação contínua; vai trabalhar para longe da sua residência; mas fá-lo com o seu salário base que, ainda por cima, viu emagrecer consideravelmente de 2006 a esta parte e, a partir daí, a sua carreira foi para o brejo. Dizer que é reconhecido por isto ou por aquilo é algo que um professor não pode dizer, infelizmente!

Neste momento, pode dizer-se que quem está nesta profissão ou o faz por GOSTO ou então... ...

Só que o GOSTO, quando a balança está sempre em desequilíbrio para o mesmo lado, satura e vai causando mossas aqui e acolá.

É pena que a EDUCAÇÃO esteja a ser tratada assim, com todo este desmerecimento! O terreno é árido, mas desistir também não é solução.

Feliz dia do professor na esperança de dias melhores e mais auspiciosos! 🙏

Cristina Martins (docente no Agrupamento de Coronado e Castro)

                                                            Notícia disponível aqui





sexta-feira, 17 de setembro de 2021

O grandioso “Atelier” que é a ESCOLA! Autora: Cristina Martins - docente de Português e Francês no nosso Agrupamento

 Uma das paixões que (ainda) me move! 💜💪🍀🦋🌹

Amanhã, será um grande dia - o início do ano letivo na maior parte das escolas.

Como professora, é um marco importantíssimo e de grande entusiasmo – o de acolher, novamente, aqueles que já eram meus alunos bem como aqueles que o serão, este ano, pela primeira vez.

Sinalizo-o, convosco, com esta passagem do discurso que o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo fez, ontem, aquando da sua visita a uma escola onde estudou.

“E vim encontrar paz aqui, neste Liceu. Essa paz foi-me transmitida, muito pelos professores e é isso que vos quero dizer enquanto professores. Os senhores são o verdadeiro fermento da evolução, a farinha são os alunos“.

Este ano, para muitos professores, vários recomeços se avizinham: novas escolas, novos locais, mas também novas dinâmicas, às quais se associam outras ainda mais recentes, que resultam das transformações e adaptações de que a Escola está a ser alvo, decorrentes de um mundo em constantes progressos e alterações.

Para muitos (e também eu me incluo aí), o final do ano letivo transato já foi um recomeço, um ir largando os “velhos trajes” para me moldar aos “novos”. Estas duas semanas, têm sido a continuação desse trabalho, uma aprendizagem constante, um manuseamento cada vez melhor, mas ainda a medo, dos “utensílios” e da “matéria-prima” que nos foi chegando, para que todos se encaixem, o melhor possível, nas “novas vestes” que alguém sonhou e que, no terreno, cabe a nós, professores, preparar, cimentar e fazer acontecer. Tudo isto, precisamente, porque TODOS OS NOSSOS ALUNOS IMPORTAM e para que consigamos dar-lhes, a eles e aos seus pais/encarregados de educação, um recomeço assente em Serenidade, Segurança, Equidade e muita Paz!

Um BOM ANO para todos os que, direta ou indiretamente, fazem parte deste diverso e grandioso “Atelier” que é a ESCOLA!

Autora: Cristina Martins



sexta-feira, 7 de maio de 2021

Atualizado 07.05.21 dia 5 Lançamento dos murais digitais "Cantando espalharemos por toda a parte" As professoras bibliotecárias do nosso Agrupamento inspiradas na plataforma criada pela Biblioteca da Escola Secundária de Amares foram ao vosso encontro para construir murais digitais a fim de comemorar com todos a nossa Semana da Leitura deste ano de 2021, tão diferente das realizadas nos anos anteriores! Os conteúdos em formato digital têm vindo a ganhar espaço, respondendo às necessidades da comunidade educativa e esta foi a forma que encontraram de levar esta festa até todos deixando um registo que pode ser continuamente enriquecido... Os murais digitais foram construídos com os contributos de todos os que aceitaram o desafio lançado do pré-escolar ao 12.ºano. Assim, desta forma, "Cantando espalharemos por toda a parte", contando com o engenho e arte de todos! Obrigada a todos e boas leituras! #muraisdigitais #semanadaleitura2021 #bibliotecasdecoronadoecastro

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Porto de Abrigo pela autora Paula Moreira

 


Por Paula Moreira (professora no nosso Agrupamento)

Porto de Abrigo foi criado com um único objetivo: homenagear um homem, um Pai.
Um Pai para quem não há limites no amor, na perseverança, no exemplo.
Um homem que partiu para África, onde trabalhou, fez a tropa, encontrou a sua vocação e o seu amor. Em África, cresceu, cultivou a amizade, constituiu família, foi feliz. Viu a harmonia, a união entre famílias, vizinhos, entre povos, até que a guerra deitou tudo a perder. Sentiu medo, desespero, revolta. Viveu o ódio, a guerra, a morte. Este é um livro marcado pela luta, mas também pela coragem e pela esperança.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O que nos move? texto de Bertrand Russell

 

O que nos move?

Procuramos o quê?

Buscamos o que queremos?

Um texto maravilhoso de Bertrand Russell, um dos mais influentes matemáticos, filósofos, ensaístas, historiadores e lógicos que viveram no século XX.

“Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o anseio pelo amor, a busca pelo conhecimento e uma dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em  curso, instável, por sobre o profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.

Busquei o amor, primeiro, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. O busquei, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual nossa trêmula perceção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e sem vida.  Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Isso foi o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu alcancei.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, me levaram para o alto, rumo aos céus. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressore



s, velhos desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo o mundo da solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por afastar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis  o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.”

Bertrand Russell (1872-1970), no prólogo da sua autobiografia, "What I have lived for"